sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Correndo sem parar...

Surfo desde sempre e isso não é novidade pra ninguém. Nunca pratiquei nenhum outro tipo de esporte. Futebol, tênis, ping-pong, tótó, vôlei e basquete nem pensar! Tudo bem, também pratico o dominó outdoor, o famoso dominó de praça, mas não conta porque é o único esporte que não faz bem a saúde. Pois bem, o surf sempre foi o responsável pelo minha saude física e mental. Todas as vezes em que engordei ou me estressei era porque estava sem surfar. Na adolescencia surfava em média de 03 a 04 horas fácil. Também, eram 03 meses de férias em Villas?!?!?Acordava,surfava, almoçava, surfava muitas vezes até anoitecer... Bem, nem preciso dizer que eu era seco, esturricado, um palito. Isso na adolescência, é claro...

Meu pai é gordo. Não é obeeeeso, mas é gordo (e só almoça verdura). Minha mãe se vacilar ganha 10kg em um Natal. Meu DNA já tá escrito nas estrelas, não tem jeito. Se eu não me cuidar viro uma bola, e como sou baixinho, viro uma coisa blarburgbhcdsk bizarra!! Dessa forma, eu sempre junto o útil ao agradável, surfo por prazer e acabo mantendo o peso e a saúde.

Acontece que a vida que a gente leva não é fácil. Temos trabalho, casamento, filhos, vida social... O trabalho nos deixa "preso" de segunda a sexta praticamente o dia inteiro. A esposa e o filho querem atenção, obviamente, nas horas que restam e sua vida social... Bem, se nós não tivermos vida social nada disso faria sentido. Percebam que eu não estou colocando a culpa de nada em ninguém! Tenho que trabalhar, amo a minha esposa e o meu filho e gosto de sair com meus amigos, mas é uma questão de matemática, o dia só tem 24 horas. A não ser que o seu trabalho seja surfar e sua família seja de surfistas, blá, blá, blá... Vamos ser práticos e realistas, ok?

Além de tudo isso, surfar não é como jogar bola. Você acorda, desce pra quadra e joga sua bola, esteja fazendo sol, chovendo, ventando, de noite ou de dia, a quadra vai sempre estar lá, bonitinha. No surf não, meu amigo!! Tem um milhão de variáveis. Você se programa com os amigos, dorme cedo na sexta-feira, briga com a esposa que queria companhia pra ir ao shopping e quando acorda no sábado de madrugada, a porra do vento tá bombando e o mar não tem condição nenhuma de surfar. É a vida... Pelo menos você faz as pazes e vai pro shopping...

Por tudo isso resolvi tentar complementar minhas atividades físicas e praticar outro esporte menos complexo, pelo menos eu achava que era, a corrida de maratona. Sabem que estou gostando? Nunca pensei que eu conseguiria correr as distâncias que estou correndo hoje em dia e estou somente no início da prática. Coloco meu tênis, meu Ipod e saio por aí virado no mói de cuentro até a casa do estopô... Acho que o que me atrai é a questão do desafio constante e o conhecimento do seu corpo. Você define o seu objetivo e vai controlando seu corpo e mente, "ouvindo" seus batimentos, "medindo" sua perda de líquidos... Quando você passa a correr longas distâncias é que fica legal! É impressionante...

Run Forest... Run!!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A HORA DA VINGANÇA


Tive uma infância de dar inveja a qualquer um. Disso não posso me queixar. Meus pais tinham uma casa em frente a praia em um condomínio de alto padrão para a época e todas as minhas férias escolares eu passava uns 03 meses morando lá. A casa era ótima, o condomínio era ótimo, tínhamos segurança e espaço, muito espaço! As ruas eram praticamente minhas e de meus amigos. Aprendi a andar de skate lá, Aprendi a dirigir lá, aprendi a beber lá, aprendi a namorar lá, aprendi a surfar lá.

A casa ficava em frente a um point de surf irado e como o fundo era de pedra (e bote pedra nisso), quase ninguém se aventurava a surfar ali. Era fantástico e era somente meu e de alguns amigos. Era o paraíso...

Mas como desde Adão e Eva, o paraíso tinha seu preço. Assim que começava o entardecer, milhares, porque não dizer milhões, talvez bilhões de muriçocas africanas carnívoras e lutadoras de jiu-jitsu entravam pelas portas e janelas da casa e faziam a festa. Era foda. Não tinha pra onde correr, elas eram profissionais.

Todas as tardes via o sol se por da praia e já começava a pensar “fudeu... esqueci a janela do quarto aberta”. Era o terror. Passava a noite em claro procurando alguma vacilona pousada no teto pra matar com o travesseiro, mas as invisíveis eram as piores. Você virava o quarto de ponta-cabeça e quando achava que não tinha mais nenhuma, ói a porra do zunido em seu ouvido!! Motorzinho de dentista o cacete, muriçoca é que é foda.

Lembro das vezes em que eu ia apenas fazer um surf com Carioca e ficávamos até o final de tarde. Brother, botar as pranchas no rack do carro dentro de uma garagem que parecia uma sauna, na velocidade de Carioca e com as muriçocas lhe atacando, era foda!! Era foda não, era FOOOOOODDDDDAAAAAAA!!!! Eu amarrava as porras de qualquer jeito e falava “vamo embora Carioca!” e ele naquela lezeira “Peraí Lheu”. Puta que pariu...

Há algumas semanas atrás fui apresentado a uma tecnologia alienígena (aquilo só pode ter sido inventado por uma inteligência superior), uma ultra-power-punk-motherfucker-raquete de tênis que dá choque. Ela foi desenvolvida para localizar, capturar e eliminar moscas, mosquitos e principalmente as muriçocas. Comprei meio desacreditando no produto. Sabe como é, não era possível existir tal tecnologia. Não no meu tempo. É como o tele-transporte. Sei que vão inventar, mas não agora. Acabei só usando a raquete um tempo depois, pois todas as minhas esperanças de existir algo tão eficaz tinha terminado.

Brother, semana passada testei a raquete. Foram anos e anos de lembranças das picadas e noites mal dormidas colocadas para fora. Elas simplesmente não conseguem escapar. É como kriptonita para o super-homem. Comecei a matar várias em Itacimirim. Comecei com a forma mais simples (a que vem no manual) mas depois fui utilizando requintes de crueldade, não vou lhes mentir. Eu precisava daquela vingança! Cada estalo era um sorriso no rosto... De repente elas sumiram! Abri a porta, janela, fui pra varanda, doido pra que uma desavisada viesse me enfrentar. Parece que elas se comunicaram avisando que ali tinha tecnologia alienígina, zona proibida. Pois é, do meu sangue elas não bebem mais!!

A vingança é um prato frio, e que dá choque.

Boa semana a todos!!