sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Verão Chegando (e as estratégias de videogame)


Já tinha um mês que eu estava sem correr por conta de uns exames preventivos que eu estava fazendo. Fiz exame de sangue, prova de esforço, eletro, raios-X, fui ao cardiologista... Atleta! Tenho pelo menos mais uns 60 anos pela frente, vocês vão ter que me aguentar.

Pois é... Verão chegando e todo mundo se animando... Nunca vi tanta gente andando e correndo nas praças e nas ruas como esse mês de novembro. Cada "estaile" de botar inveja em Gisele Bündchen!!!
Como eu estava meio que afastado, tomei um baque. Geralmente eu saio do trabalho, vou pra praça de eucalipto e lá, dentro do carro mesmo, eu troco de roupa. Calça, camisa e sapato. Fico só de cuecão mesmo. Tudo na maior tranquilidade... Como se estivesse no meu quarto...

Ontem passei perrengue! Parecia festa de largo. Parecia MESMO! Principalmente agora que clube de corrida virou moda e todo professor de academia tem sua barraca na praça. Só faltava a fumaça do espetinho e o isopor de cerveja. Tinha até uma fumaça mais ao fundo, mas não era de espetinho...

Tive que bolar uma estratégia de ataque digna de jogos de videogame tipo Age of Empires pra troca de roupa. Primeiro fiz toda a preparação dos equipamentos no banco do carona, camisa e short devidamente posicionado, tênis com meias, Ipod... Depois tirei a camisa de botão e vesti a camiseta de corrida, foi fácil. Lindo de meu Deus. Fase 1 complete.

Fase 2, Ready? GO! Mas assim como todo jogo que se preze, vai ficando cada vez mais complicado. Tirar a porra da calça jeans nunca foi tão demorado (quer dizer... todas as vezes que eu precisei tirar minha calça dentro de um carro, parecia que levava uma eternidade). Desabotoei a calça e baixei o zíper, dois corredores profissionais passaram do meu lado a uns 60 km/h, cinco gordinhas conversando de comida, três marmanjos de polchete e uma gatinha.

Fiz a primeira tentativa, uma passeata dos sem-terra passou pelo carro, na moral, tinham umas quinze gordinhas conversando da novela das oito, sete marmanjos e uma gatinha. Todo mundo olhou. Desistí. Perdi uma vida.

Segunda tentativa, calça já no joelho e me passa um maluco de megafone gritando com um grupo de trinta senhoras “VAMO NESSA GALERA!! QUE MOLEZA É ESSA?? TAMO AQUI PRA AGITAR!!! UHH! DONA ESMERALDA, LARGA DE CONVERSA E AUMENTA O RITMO...”. Coitada de dona Esmeralda. Me pegou de calça arreada... Só deu tempo de colocar a camisa de botão por cima e fingir que tava mexendo no som... ridículo... Até imagino o que a veia teve ter pensado “Menino tarado...”. Antes que ela chamasse um guarda, coloquei minha calça no lugar. Perdi outra vida.

Terceira e última tentativa. Era agora ou game over! Decidi aguardar o momento ideal e tirar a calça com tudo, estilo striper. Passaram os profissas, a gatinha estava quase chegando e as gordinhas estavam mais atrás. Pensei comigo mesmo "é nesse intervalo!". Passa a gatinha, arriei a calça até o joelho sem maiores problemas (já tinha o know-how), mas não é que a porra prendeu no calcanhar?!?!?! Pra piorar, uma gorda menos gorda que as outras gordas inventou de começar a correr (tomara que infarte!), as outras foram atrás e a minha janela de intervalo diminuiu pela metade!!! Livrei um pé, mas o outro devia estar inchado de tanto freiar e acelerar nas 02 horas de engarrafamento que eu peguei pra chegar na praça. Não sabia se abandonava o jogo e mexia no som, ou se tentava arrancar o calcanhar junto com a calça. Foi quando a sorte sorriu pra mim...

Uma gritaria começou do lado oposto da praça. O maluco do megafone tava pedindo ajuda porque dona Esmeralda tinha passado mal, “ACODE! ACODE! UHH!”. Gordinha que se preze não deixa uma movimentação dessas passar despercebido. Eu poderia me pintar de ouro e dançar break pelado em cima do carro que elas nem iam notar. Maravilha! Valeu dona Esmeralda! Boa desmaiada... Fase 2 Complete.

Nessa hora as outras fases pareciam coisa de criança, lá estava eu de volta pra minha tranqüilidade. Tênis, meia, ipod, Polar... Checked! Lá vou eu pra mais uma hora de corrida semanal.

Congratulations, you won!!!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

NÃO!!


Há mais ou menos duas semanas que estou pensando em algum assunto pra postar no Blog, mas nada me atraia realmente. Muita coisa aconteceu, mas nada que eu gostasse de escrever, de utilizar minhas poucas horas dedicadas a esse hobby. Foi então que resolvi fazer diferente. Resolvi postar o que eu NÃO gostaria de escrever.

Eu não gostaria de escrever sobre o que aconteceu com aquela garota que foi pra faculdade de vestido curto e quase foi linchada pelos colegas. Eu não gostaria de ter visto o futuro do país se comportando como verdadeiros animais irracionais urrando, pulando e festejando a desgraça alheia. E por fim, eu não gostaria de saber que a garota acabou sendo expulsa da “instituição de ensino” por ter desrespeitado os princípios éticos e a moralidade.

Eu não gostaria de estar vivendo em uma Salvador cada vez mais violenta onde um marginal confesso é preso por vários homicídios e fala ao repórter e ao delegado de polícia que daqui a três meses ele estará solto novamente. Eu não gostaria de constatar que ele realmente estará.

Eu não gostaria de ter visto a notícia de que uma criança de 11 anos foi assassinada dentro de uma instituição acadêmica militar e seu corpo só foi encontrado um dia depois boiando na piscina. O pior é que esse foi o primeiro local onde os familiares, amigos e militares a procuraram.

Eu não gostaria de enfrentar todos os dias um transito caótico cheio de mal-educados. Eu não gostaria de vez ou outra ser um deles.

Eu não gostei de ter visto minha cidade ser continuamente depedrada por um governo de direita e não gostaria de ter visto a mesma coisa por um governo que se diz de esquerda.

Eu não gosto de ver a maioria de meus amigos saírem de Salvador para procurar emprego em outros estados ou outros países. Eu não gosto der ver nossa maior riqueza indo embora desse jeito.

Eu não gosto de ver os aproveitadores do movimento sem-terra destruir colheitas e equipamentos agrícolas em um ato considerado terrorista por muitos países. Eu realmente não gostaria de saber que o governo é quem mantém financeiramente esses anarquistas.

É claro que eu também não gostaria de ver o meu Baêa voltar pra terceirona... Mas parece que aí eu não tenho muita escolha.